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WMOC 2011 – Pécs/ Hungria – Crónica FinalWMOC

Foto: Carlos Garcia – Arena LF – Foto de grupo

Após uma semana de emoções fortes, volta-se agora ao assunto que tem preenchido mais intensamente as páginas do nosso clube nos últimos tempos, o WMOC 2011 – Pécs / Hungria, agora através da primeira pessoa e pelo H35, Ricardo Oliveira.

Como por certo saberão, o clube esteve representado por 4 atletas: H35 – Ricardo Oliveira; H40 – Joaquim Sousa; H50 – Albano João e W50 – Palmira João.

Esperando no aeroporto de Lisboa pela ligação para Zagreb
Foto: Carlos Garcia
Foto: Carlos Garcia - José Pires - POR

Começando pelo princípio, a chegada a Pécs, a mesma fez-se por avião e para Zagreb / Croácia, no dia 30 de Junho, 5ªfeira, dia anterior ao Model Event. Apenas eu, por motivos profissionais, optei por viajar no dia seguinte e diretamente para Budapeste / Hungria. Ambas as capitais são equidistantes de Pécs, pelo que ambas as opções eram viáveis (até a viagem se prestava a opções, tal como a orientação) . Posteriormente, a ida para Pécs, para os primeiros foi feita em carro alugado, enquanto para o mim, e por dificuldades na reserva automóvel efetuada em Portugal, teve de processar-se de comboio e posteriormente no carro alugado do José Pires, atleta do CPOC.

O nosso Event Centre foi numa casa de campo em Kiskassa (25 Km a este de Pécs) e que poderão visitar em pormenor em www.ecohun.com/en/. As condições não eram grande coisa, mas por 7 euros por dia com pequeno almoço incluído, ficámos satisfeitos. Nós e outros 10 companheiros da comitiva portuguesa, que englobou outros 7 atletas (Acácio Porta Nova; Ana Carreira; Carlos Garcia; José Fernandes; José Pires; Margarida Rocha; Rui Almeida) e 3 acompanhantes não atletas neste WMOC.

O cozinheiro de serviço (para todos os elementos), foi o nosso Albano João, embora sempre bem secundado pela esposa Palmira João. Apenas o jantar foi alvo deste serviço de excelência, em virtude de na maior parte dos dias, as horas de partida / chegada serem bastante dispares entre todos e nos dias em que não houve competição, os 4 carros alugados, serem factor de dispersão suficiente para o horário de almoço ser inconciliável.

DIA 11 de Julho – SPRINT MODEL EVENT

Utilizando um mapa de Pécs, numa zona diferente daquela que seria usada na qualificação (bairro semi-degradado na zona sul de Pécs, com alguns terrenos ajardinados), apenas os restantes 3 coquistas fizeram este treino, pois eu estava em Budapeste a tentar resolver o problema criado pela empresa de rent-a-car, que não me disponibilizou o automóvel que eu tinha reservado, pela Internet, ainda em Portugal. No entanto, não se esqueceram de cobrar 36 € pela reserva, valor que ainda não devolveram à data em que vos escrevo estas linhas. www.bookinggroup.com, nunca mais!

DIA 22 de Julho – SPRINT QUALIFICATION

No mapa de Pécs e agora na zona histórica desta cidade, que em 2010 foi a capital europeia da cultura, a prova caraterizou-se por ser bastante técnica, em que o traçador de percursos, usou o facto de uma grande muralha intransponível envolver a cidade, para colocar muitas das vezes pontos dentro e fora da mesma, o que exigia uma grande antecipação das opções a tomar de ponto para ponto.

Foto: Ricardo Oliveira - Arena Sprint Qual.

A arena estava localizada mesmo no centro da cidade, o que permitiu uma grande envolvência entre todos os atletas e a população local, que acorreu em massa. Todos os coquistas, com maior ou menor dificuldade, conseguiram apurar-se para a final “A” do dia seguinte, com especial destaque para o 2º lugar do Joaquim Sousa na sua série qualificatória. Começava bem este mundial para nós.

DIA 3 – 3 de Julho – SPRINT FINAL

Desta vez a 20 Km a norte da cidade de Pécs, deslocámo-nos nesse domingo a Komló, para disputar as 4 finais “A” de Sprint (H35, H40, H50 e W50). Contrariamente ao verificado no dia anterior, o terreno e mapa revelou-se menos técnico que o seu antecessor, muito embora fosse mais exigente do ponto de vista físico. A envolvência da cidade denota presença de muitas famílias de origem cigana, sendo a mesma caracterizada pela existência de muita habitação de carácter social e tipologia similar, situação que aumentou o grau de dificuldade para relocalização após leitura errónea da mapa.

Foto: Carlos Garcia - Pódio H40 Sprint

Neste dia e independentemente de não ter realizado uma prova perfeita, o nosso atleta Joaquim Sousa, conquistou pela 1ª vez, uma medalha para Portugal num WMOC. A festa começou logo após a divulgação oficial dos resultados e envolveu espumante e tudo. No pódio e apesar de “apenas” ter feito prata, a festa foi portuguesa. As fotos foram mais que muitas e até o anuncio pelo speaker finlandês globetrotter, denotou um misto de surpresa e alegria pela conquista.

Foto: Carlos Garcia – Festa medalha de prata

Nesse dia a festa na nossa casa prolongou-se um pouco mais, pelo menos em quantidades de bebidas alcoólicas ingeridas.

DIA 4 – 4 de Julho – LONG MODEL

Após digerirmos a medalha de prata do VS (ele neste dia começou também a ser carinhosamente chamado VC, ou seja, Vice-Campeão), aproveitámos para nos levantar um pouco mais tarde que habitualmente, mas depois de mais uma passagem pelo TESCO, equivalente ao nosso CONTINENTE, lá chegámos ao mapa do Long Model, contíguo aos mapas a utilizar em ambas as qualificatórias e na final de distância longa, cerca das 10h30.

Estacionámos perto do triângulo de partida e verificámos que já alguns atletas estavam de regresso do seu treino (devem ser de países que não tiveram medalhas para comemorar… ou então daqueles que têm tantas que já nem comemoram:)). Na floresta era um mar de gente, a maior parte a andar ou parados nos pontos de controlo escolhidos pela organização e a discutir a cartografia. Moral da história, mesmo que quiséssemos fazer um treino a ritmo médio e desafiando as nossas capacidades de orientação, o mesmo estava comprometido pelo facto de os trilhos já existentes no solo nos levarem diretamente aos pontos e mesmo que restassem dúvidas, estariam pelo menos 5 a 10 atletas parados nos mesmos a denunciar a evidência.

Aproveitando na mesma para treinar a deficiente condição física, alguns atletas como eu, realizaram o percurso anteriormente traçado pela Albano João, com o mesmo empenho que estava programado, melhorando os índices de confiança, pois todos os pontos foram controlados sem dificuldades de maior. Cerca de 40 minutos para os 5,6 Km  registados pelo GPS e uns incríveis 318 metros de desnível!!! Já se começava a ter uma ideia do que seria a ementa até ao dia da final.

O terreno que apanhámos era caraterizado por declive acentuado e depressões de grande profundidade, em que os pontos eram colocados no fundo das mesmas. Quando digo acentuado, era mesma acentuado, pois algumas delas eram compostas por 4 curvas de nível, equidistantes 5 metros!!!

DIA 5 – 5 de Julho – LONG QUALIFICATION 1

Voltámos o ritmo normal de deitar/levantar (23h/8h). Após uma consulta no dia anterior à Internet e à página do evento, verificámos que o model event realizado no dia anterior, dificilmente teria semelhanças com a floresta de hoje. Não foi trabalho em vão pois certamente em dias futuros, algumas semelhanças havíamos de poder utilizar em nosso proveito.

Foto: Carlos Garcia - Chegada à arena do VC Sprint

Após termos estacionado no parque indicado pela organização, fizemos o trajeto remanescente até à arena por autocarro, disponibilizado gratuitamente por eles. As partidas eram relativamente longe (cerca de 2km), mas que se faziam bem por estrada alcatroada. A chegada e o ponto 200 eram bem no meio da arena que, por sua vez, era ampla e situada num planalto, embora não existisse ponto de espetadores e muito menos visibilidade para além dos pontos referidos anteriormente. Digamos que era agradável, mas dado o calor que a partir de hoje se começou a fazer sentir com mais intensidade, tinha poucas sombras.

Foto: Carlos Garcia - Chegada e ponto 200

No que diz respeito ao mapa, tal como prevíramos, era caracterizado por um grande desnível, tal como o do Model Event, mas onde as depressões profundas deram lugar às reentrâncias extremamente pronunciadas e que nos colocavam constantemente em desafio sobre se a melhor opção entre os pontos seria a de descer e subir sucessivas reentrâncias ou alternativamente, contorno por cima ou por baixo as mesmas para depois atacar o ponto desejado. Dos que levaram GPS e concluíram o percurso, o Sousa fez cerca de mais 2 km que o pedido em linha reta pela organização, enquanto o Ricardo fez mais 5km!!! E sem muitos enganos à mistura, apenas a escolha do pretenso melhor itinerário foi distinta.

Foto: Carlos Garcia - Joaquim Sousa na arena

Relativamente às prestações dos coquistas, as coisas começarem bem para o Sousa (H40), que ficou praticamente com lugar garantido na final “A”, mesmo que segundo ele tivesse ido em ritmo de treino rápido. Para o Ricardo Oliveira (M35) e a Maria Palmira (W50), as coisas correram razoavelmente bem e ficaram dentro dos possíveis apurados. Por último e fazendo fé nas suas palavras, o Albano depois de borregar fortemente em 2 pontos, logo na primeira metade da prova, desanimou e desistiu, terminando logo ali a sua prestação competitiva neste WMOC2011. São coisas que acontecem, mesmo aos melhores.

DIA 6 – 6 de Julho – LONG QUALIFICATION 2

Hoje sim, o mapa onde se realizou a competição, era bastante mais parecido ao que havíamos encontrado no Model Event. Embora continuassem a existir as grandes reentrâncias, estas foram em menor número e apareceram então as depressões enormes que segundo o meu entender permitiam uma melhor leitura do mapa e seleção do itinerário.

O estacionamento ocorreu perto da arena, num grande parque improvisado em cima de relva e num local que tinha por perto um lago de razoáveis dimensões que por certo servia, à falta de melhor, de praia a alguns dos habitantes das redondezas. A arena localizava-se no sopé de uma montanha, enquanto a totalidade da prova (excetuando os últimos 2 pontos de controlo), decorreram numa espécie de planalto, ou seja, logo antes da prova começar, foram cerca de 30 minutos de caminhada para a partida, onde se percorriam apenas 2km, mas com desnível positivo acentuado.

Foto: Carlos Garcia - Comitiva Portuguesa na LQ2

No que diz respeito ao desempenho coquista, as coisas mantiveram o rumo do dia anterior, com o Sousa (H40), a apurar-se facilmente para a final “A”, correndo mais uma vez em ritmo de treino rápido. Para o Ricardo Oliveira (M35) ficou reservado o último lugar de acesso à final “A” do último dia de competição, enquanto a Maria Palmira (W50) também o conseguiu. Quanto ao Albano (agora competindo “NC”), embora voltando a fazer uma prova não isenta de erros, classificou-se de forma mais condigna, embora o dia anterior tenha deitado tudo a perder. Balanço positivo com 3 dos 4 COC’s a participarem na final “A” do mundial.

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